abril 28, 2004

RUY CASTRO. Ontem foi dia de Ruy Castro, no Porto. Já não o via há um ano, quando estivemos em conversa nocturna sobre Nelson Rodrigues (ah, que originalidade), o Flamengo, Garrincha e o céu da Gávea; a meio da conversa, ontem, um de nós diz qualquer coisa como «bem, mas você dizia...» Tinha sido há um ano.
Tenho uma admiração enorme por Ruy Castro; ele gosta profundamente da sua profissão: biógrafo. Escreve os seus livros como se não fossem obras-primas da biografia. Mas são (leiam-se as de Garrincha e Nelson Rodrigues -- ou a próxima, sobre Carmen Miranda). E quando sai da biografia para o mundo da ficção (em Olavo Bilac Vê Estrelas, edição Companhia das Letras), é um biógrafo ainda mais notável: aquele Olavo Bilac é extraordinário, imaginamo-lo engomado e perfumado à porta da Confeitaria Colombo, no Rio, antes de se entregar aos braços da musa num daqueles sonetos muito conformes à lei.
E, depois, uma surpresa: conheci o Ivan Nunes. Portanto, houve ainda mais Brasil, mais Nelson, mais Garrincha (e João Saldanha) e um pouco (um nadinha, quase nada) de blogosfera. O Ivan é muito recomendável, culto e tem uma generosidade que se manifesta abertamente. Saiu muito melhor do que a encomenda, o que é muito bom. Marcámos encontro.